Acho muito bem cada um saber valorizar-se, mas há quem leve este lema ao extremo, criando uma imagem pouco realista de si próprio (e isso não é valorizar-se, é enganar-se).
Hoje, em contexto de trabalho e numa avaliação psicológica que estou a realizar, saiu-me um fulano com uma auto-estima tão alta que às tantas ponderei abrir a janela para ela poder continuar a crescer à vontade.
Há coisas que a experiência e um olho mais atento denotam logo. Aquele tipo que me entra no gabinete com roupas de cores berrantes, calças justíssimas (sinceramente não sei como é que ele conseguiu ficar sentado tanto tempo sem ficar com má circulação), camisa desapertada quase até ao umbigo com os pelos do peito todos a sair e claramente em fase de crescimento após serem cortados (possivelmente rapados à lâmina), crucifixo ao peito, uma pulseira tão grossa que se atirasse aquilo à cabeça de alguém era capaz de causar sequelas para toda a vida, uma quantidade de gel no cabelo que dava para mais de meia dúzia de adolescentes fãs do Justin Bieber e um cheiro a tabaco que se sobrepõe a qualquer perfume denuncia logo que a consulta vai ser particularmente interessante... E foi! Ao longo de uma hora e meia foi um corridinho de auto-elogios, apreciações extremamente positivas sobre a sua pessoa e sobre os seus valores, comparações megalómanas sobre as suas competências e capacidades... Esqueceu-se foi do pequeno grande pormenor que eu tenho acesso ao processo completo bem como a outras pessoas da esfera privada dele e que também estão incluídas na avaliação. Ups!
Estou seriamente a pensar recolher excertos das consultas e editar um livro intitulado "Aquilo que os psicólogos ouvem no consultório". Certamente no livro, numa secção dedicada à auto-estima, estariam muitos relatos da consulta de hoje.
HAHAHAHAH!! Credooooooooooo! Esse senhor que escreva um blog intitutlado "Eu cá sou bom!" =D ;)
ResponderEliminarUm beijinho dourado,
Catarina
Aposto que ele não escolheria um nome muito diferente!
EliminarSai-me cada um!