Não sou muito a favor de instituir dias para celebrar o que quer que seja. Mas se há dia que foi bem lembrado foi o dia de hoje!
Felizmente tive o prazer de conhecer os quatro avós. Cada um com a sua personalidade e as suas manias mas cada um com um pedacinho de importância naquilo que sou hoje. Talvez uns tiveram mais influência que outros, fruto da maior convivência.
Infelizmente já só tenho a minha avozinha perto de mim (embora saiba que os outros continuam lá em cima a olhar por todos nós e a abanar a cabeça quando fazemos asneiras). E por saber que há uma altura da vida em que se entra em contagem decrescente para o término desta grande jornada, tento sempre fazer tudo o que posso pela minha avó.
A minha avó não é minha avó, é uma outra mãe que eu tive a bênção de ter. É aquela (única) pessoa por quem eu me levanto num dia de folga às sete da manhã sem reclamar, para a levar aonde ela precisa de ir. É aquela (única) pessoa por quem eu sou capaz de andar às voltas a fazer milhentos recados em hora de ponta e não reclamar por tudo e por nada. É aquela (única) pessoa que eu oiço as suas histórias sem interromper, mesmo que me conte a mesma coisa três ou quatro vezes.
Porque a minha avó (e o meu querido avô que infelizmente nos deixou numa madrugada fria de Fevereiro, à oito anos atrás) ajudou-me a levantar os pilares do que sou hoje, brincou comigo sentada no chão, encobriu-me das muitas asneiras que fiz, adoçou-me a boca com os seus docinhos mesmo contra a vontade da minha mãe, sentiu orgulho genuíno com as minhas conquistas, preocupou-se em demasia com os momentos menos bons que já passei, ajudou-me a conquistar sonhos impossíveis, guardou sempre um docinho no bolso do avental ou no cantinho do armário da cozinha para me dar quando eu fosse a sua casa...
É por tudo isto que mais logo vou abraçar a minha avó e ficar no silêncio a contemplar o abraço, o seu cheiro e a sua candura. Porque os abraços nunca se devem deixar para depois! E porque eu adoro ser a sua netinha!
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